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A INTER RELAÇÃO ENTRE A DOR E AS MANIFESTAÇÕES PSICOSSOMÁTICAS

A dor tem sido objeto de estudo cada vez mais frequente na ciência atual, visto que acarreta prejuízos na qualidade de vida das pessoas, afetando o campo da saúde e também a esfera psico-social do indivíduo. Diante da complexidade de mecanismos envolvidos na gênese da dor, faz-se necessário entender não só sua neurofisiologia, mas também detalhar a participação do psiquismo na determinação do fato doloroso. A dor corporal é marcada pela preeminência do fator psíquico e esse forma a representação do corpo lesado, que sofre o impacto da comoção, autopercebe o transtorno que ela acarreta, registra e restitui esse impacto. Essas formas de retorno doloroso, sem causa aparente, são fontes frequentes de angústia e o motivo de consultas na prática clínica, sendo de fundamental importância a percepção do profissional de que o corpo é uma tela sobre o qual se projetam lembranças e o adoecer de determinado órgão é a forma inconsciente do indivíduo de expressar seu sofrimento, por não conseguir fazê-lo de outra forma. Freud afirmava que as quantidades excessivas dos estímulos que assolam o aparelho psíquico rompem as barreiras de proteção e a dor é o resultado de uma implosão diante da qual o princípio do prazer não consegue mais dar continuidade à tarefa de regulação do psiquismo. Cabe ao profissional de psicanálise criar condições favoráveis para ampliar o repertório psíquico do paciente, desenvolver capacidade de simbolização para que esse possa elaborar seus conflitos em vez de depositá-los no corpo. Palavras-chave: Dor física. Dor psicogênica. Psicossomática. Psicanálise.

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PAULA TORREZANI SALES

psicanalista, especialista em Psicanálise Clínica, pela FACEI fisioterapeuta graduada pela Faculdade Salesiana de Vitória, com especialização em Atenção Primária à Saúde pela Faculdade Pitágoras de Guarapari e Psicanalista Clínica pela Escola Freudiana de Vitória.